Um dos grandes questionamentos da torcida rubro-negra era em relação ao hino do Pouso Alegre FC. Existe o hino, ou não? Sim, existe. Escrito pelo cantor e compositor Vicente Ambrosino, o Esporte Pouso Alegre traz com exclusividade o hino do Dragão. Ouça e cante:
Hino do Pouso Alegre FC
Vicente Ambrosino
Somos fortes, guerreiros invencíveis,
nosso lema é jogar futebol.
No gramado a esperança do lado,
brilha forte, como brilha o sol.
Temos orgulho de sermos patriotas,
no nosso peito, a camisa Dragão.
Honraremos até a morte por ele,
Pouso Alegre está no coração.
Somos Dragão, somos guerreiros,
Lutaremos até sermos os primeiros (bis)
Somos fieis, somos Dragão, somos de Minas,
Onde o verde, há esperança de vida,
Gritaremos bem alto a vitória,
A derrota que Deus elimina
Temos orgulho de sermos patriotas,
No nosso peito, a camisa Dragão
Honraremos até a morte por ele,
Pouso Alegre está no coração,
Somos Dragão, somos guerreiros,
Lutaremos até sermos os primeiros (bis)
Colaboração Tony Pádua, Rádio Clube de Pouso Alegre
Pouso Alegre FC, 97 anos!
Bem vindo ao Blog do Dragão!
Aqui você encontrará história, fotos, notícias e matérias sobre o Dragão do Sul de Minas.
Último jogo: 28/11 - 16:00
Tombense FC 1 X 1 Pouso Alegre FC
Campo do Tombense - Tombos
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Último jogo: 28/11 - 16:00
Tombense FC 1 X 1 Pouso Alegre FC
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segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Pouso Alegre FC: 97 anos de história
Por Carlos Manoel
Em 1894, Charles Müller trouxe para o Brasil, o futebol. Em pouco tempo, a prática se difundiu pelo país, inclusive em Pouso Alegre. A origem do futebol na Terra do Rio Mandú, é datada em meados de 1910. Padres e estudantes do Rio de Janeiro e São Paulo, que lecionavam e estudavam no Colégio São José, deram inicio a prática do esporte na cidade.
Com a popularização do futebol em Pouso Alegre, um grupo de amigos apaixonados pelo esporte, resolveu fundar o Pouso Alegre Foot Ball Club em 1913. E nesta segunda-feira, 15 de novembro de 2010, comemoram-se 97 anos de história do Dragão das Alterosas. Depois de muitos jogos disputados, várias competições e pouco mais de uma década de inatividade, com direito a uma breve volta no ano passado, o agora Pouso Alegre Futebol Clube, aguarda o momento certo para voltar definitivamente aos gramados de Minas Gerais.
Como quase todos os clubes do interior quando são fundados, os primeiros anos e até mesmo décadas, são de praticas esportivas amadoras. Com o Pouso Alegre Football Club não foi diferente. O primeiro duelo do novo time da cidade foi disputado no dia 1º de março de 1914, contra o Democratas, partida esta que não saiu do 0 a 0. A primeira vitória foi conquistada 13 dias depois, na segunda partida realizada pelo Dragão. Jogando em Santa Rita do Sapucaí, contra o Santarritense Futebol Clube, o PAFC venceu por 2 a 1.
E com o passar dos anos, o Pouso Alegre Football Club se manteve em atividade, realizado diversos jogos amistosos e até mesmo torneios contra equipes do Sul de Minas. No entanto, ainda no final da década de 10, o PAFC caiu no ostracismo, voltando aos gramados no ano de 1928, conquistando sua maior glória até aquele momento.
No dia 28 de setembro daquele ano, reunidos no Fórum de Pouso Alegre, Alfredo Baganha, primeiro presidente do PAFC e José Nunes Rebello, lavraram a ata de compra de um terreno localizado no alto da Rua Comendador José Garcia, onde seria construído o futuro estádio do Dragão das Alterosas. O valor da compra foi de 8 contos de réis.
A partir disso, já na década de 30, muitos times paulistas começaram a jogar no campo do PAFC. Guarani, Ponte Preta e o extinto Ypiranga, foram alguns dos times que passaram por Pouso Alegre. Nessa mesma época, foram criados e disputados vários torneios intermunicipais. No final da década de 40, mais precisamente no ano de 1947, foi fundada a Liga Esportiva Municipal de Amadores (LEMA). A entidade, que teve como primeiro presidente Pardal Vilhena de Alcântara, passou a organizar essas competições e muitos times amadores apareceram na cidade, fazendo frente ao PAFC.
Com o fortalecimento de outros times, o Pouso Alegre acabou entrando em recesso das competições amadoras no início da década de 50, colocando assim um ponto final na sua primeira fase como clube de futebol amador.
A primeira era profissional
Mais de uma década longe dos gramados, o PAFC resolveu voltar no ano de 1967. E voltou como profissional. O rubro-negro participou naquele ano da Segunda Divisão do Mineiro. O Pouso Alegre FC foi campeão da Chave Sul do torneio e classificou-se para as finais, mas acabou perdendo a vaga nos tribunais, por incluir um atleta em condição irregular.
Aquilo foi um balde de água fria jogado nas pretensões pousoalegrenses. No ano seguinte, o time voltou a disputar a mesma competição, mas não contava com o mesmo entusiasmo e foi eliminado logo na primeira fase do certame. Atolado em dívidas, o PAFC fechou o seu breve retorno aos gramados em 1968.
O título mais importante
Com o novo fechamento do PAFC, outro problema se acarretou na cidade. A LEMA, que comandava os torneios amadores, também foi sucumbida e encerrou suas atividades no final da década de 60. Porém, a persistência de alguns clubes amadores de Pouso Alegre, não permitiu que o futebol chegasse ao fim.
A década de 70 ficou marcada pelos torneios regionais que contavam com a participação de jogadores consagrados no futebol paulista, ou que viriam fazer sucesso no Brasil. Ao mesmo tempo, nascia nesse período a nova geração do futebol da cidade. Zé Carlos "Espoleta", Paulo da Pinta, Betão, Hermínio, Juninho Coldibelli, Amarildo e Silvano, viriam futuramente elevar o nome de Pouso Alegre no cenário futebolístico.
No início da década de 80, a Liga Municipal foi reativada. Com isso os torneios amadores da cidade - que não pararam de ser realizados - foram fortalecidos e boatos da volta do PAFC começaram a ser ouvidos pela cidade. E isso aconteceu em 1983. Ainda como time amador, o PAFC foi campeão da Copa Sul Mineira, jogando com atletas somente da cidade.
E foi nesse mesmo ano, que o PAFC conquistou seu maior troféu. O rubro-negro foi campeão amador do Estado de Minas Gerais. O torneio que foi disputado por mais de 30 equipes, teve em sua final PAFC e Curvelo.
Dragão elite e o novo ‘fim’
Com dois títulos importantes como clube amador, o Pouso Alegre Futebol Clube se profissionalizou novamente em 1984. Essa segunda fase profissional tinha como objetivo o retorno do rubro-negro a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e quem sabe o acesso a elite do futebol estadual. E isso se concretizou pouco tempo depois.
Em 1988, o PAFC alcançou o seu maior objetivo com profissional, o acesso a elite do Campeonato Mineiro. Mas, essa conquista veio de forma sofrida. A última partida daquele certame ficou conhecida como "A Batalha de Três Corações", pois aquele jogo não teve fim e o resultado - que favorecia o PAFC - só saiu meses depois, já em 1989, após intervenção judicial. Com o acesso garantido na justiça, o PAFC fez sua estréia na Primeira Divisão do Mineiro, com o campeonato já em andamento. Com isso o rubro-negro teve que fazer muitas partidas em pouco espaço de tempo - chegou a jogar três vezes por semana. Mas, mesmo assim o time do PAFC conseguiu manter-se na elite do futebol mineiro.
E foi em 1990, que o PAFC realizou o seu maior feito no futebol profissional. Disputando o Campeonato Mineiro da Primeira Divisão, com 18 equipes, alcançou a quinta colocação, com um time que será lembrado por todos: Paulo César; Edvaldo, César, Zigomar e Nonato; Alcinei, Paulo da Pinta e Fernando Baiano; Heleno, Carlão e Anderson. Com esse elenco, o Dragão conseguiu feitos históricos, como a vitória sobre o Atlético Mineiro em pleno Mineirão, no dia em que o Galo completava 82 anos.
Com a falta de apoio e estrutura, foi difícil o PAFC manter aquele elenco supervalorizado e o time foi se desfazendo. Nos campeonatos seguintes, o time perdeu pouco a pouco a sua identidade e em 1992, despediu-se da elite mineira. Disputou o Módulo II até o ano de 1998 e foi nesse mesmo ano em que se licenciou da Federação Mineira de Futebol, ficando inativo até 2009, quando voltou à Segundona do Mineiro, chegando ao hexagonal final.
Com informações de Donizete Barbosa
Em 1894, Charles Müller trouxe para o Brasil, o futebol. Em pouco tempo, a prática se difundiu pelo país, inclusive em Pouso Alegre. A origem do futebol na Terra do Rio Mandú, é datada em meados de 1910. Padres e estudantes do Rio de Janeiro e São Paulo, que lecionavam e estudavam no Colégio São José, deram inicio a prática do esporte na cidade.
Com a popularização do futebol em Pouso Alegre, um grupo de amigos apaixonados pelo esporte, resolveu fundar o Pouso Alegre Foot Ball Club em 1913. E nesta segunda-feira, 15 de novembro de 2010, comemoram-se 97 anos de história do Dragão das Alterosas. Depois de muitos jogos disputados, várias competições e pouco mais de uma década de inatividade, com direito a uma breve volta no ano passado, o agora Pouso Alegre Futebol Clube, aguarda o momento certo para voltar definitivamente aos gramados de Minas Gerais.
Como quase todos os clubes do interior quando são fundados, os primeiros anos e até mesmo décadas, são de praticas esportivas amadoras. Com o Pouso Alegre Football Club não foi diferente. O primeiro duelo do novo time da cidade foi disputado no dia 1º de março de 1914, contra o Democratas, partida esta que não saiu do 0 a 0. A primeira vitória foi conquistada 13 dias depois, na segunda partida realizada pelo Dragão. Jogando em Santa Rita do Sapucaí, contra o Santarritense Futebol Clube, o PAFC venceu por 2 a 1.
E com o passar dos anos, o Pouso Alegre Football Club se manteve em atividade, realizado diversos jogos amistosos e até mesmo torneios contra equipes do Sul de Minas. No entanto, ainda no final da década de 10, o PAFC caiu no ostracismo, voltando aos gramados no ano de 1928, conquistando sua maior glória até aquele momento.
No dia 28 de setembro daquele ano, reunidos no Fórum de Pouso Alegre, Alfredo Baganha, primeiro presidente do PAFC e José Nunes Rebello, lavraram a ata de compra de um terreno localizado no alto da Rua Comendador José Garcia, onde seria construído o futuro estádio do Dragão das Alterosas. O valor da compra foi de 8 contos de réis.
A partir disso, já na década de 30, muitos times paulistas começaram a jogar no campo do PAFC. Guarani, Ponte Preta e o extinto Ypiranga, foram alguns dos times que passaram por Pouso Alegre. Nessa mesma época, foram criados e disputados vários torneios intermunicipais. No final da década de 40, mais precisamente no ano de 1947, foi fundada a Liga Esportiva Municipal de Amadores (LEMA). A entidade, que teve como primeiro presidente Pardal Vilhena de Alcântara, passou a organizar essas competições e muitos times amadores apareceram na cidade, fazendo frente ao PAFC.
Com o fortalecimento de outros times, o Pouso Alegre acabou entrando em recesso das competições amadoras no início da década de 50, colocando assim um ponto final na sua primeira fase como clube de futebol amador.
A primeira era profissional
Mais de uma década longe dos gramados, o PAFC resolveu voltar no ano de 1967. E voltou como profissional. O rubro-negro participou naquele ano da Segunda Divisão do Mineiro. O Pouso Alegre FC foi campeão da Chave Sul do torneio e classificou-se para as finais, mas acabou perdendo a vaga nos tribunais, por incluir um atleta em condição irregular.
Aquilo foi um balde de água fria jogado nas pretensões pousoalegrenses. No ano seguinte, o time voltou a disputar a mesma competição, mas não contava com o mesmo entusiasmo e foi eliminado logo na primeira fase do certame. Atolado em dívidas, o PAFC fechou o seu breve retorno aos gramados em 1968.
O título mais importante
Com o novo fechamento do PAFC, outro problema se acarretou na cidade. A LEMA, que comandava os torneios amadores, também foi sucumbida e encerrou suas atividades no final da década de 60. Porém, a persistência de alguns clubes amadores de Pouso Alegre, não permitiu que o futebol chegasse ao fim.
A década de 70 ficou marcada pelos torneios regionais que contavam com a participação de jogadores consagrados no futebol paulista, ou que viriam fazer sucesso no Brasil. Ao mesmo tempo, nascia nesse período a nova geração do futebol da cidade. Zé Carlos "Espoleta", Paulo da Pinta, Betão, Hermínio, Juninho Coldibelli, Amarildo e Silvano, viriam futuramente elevar o nome de Pouso Alegre no cenário futebolístico.
No início da década de 80, a Liga Municipal foi reativada. Com isso os torneios amadores da cidade - que não pararam de ser realizados - foram fortalecidos e boatos da volta do PAFC começaram a ser ouvidos pela cidade. E isso aconteceu em 1983. Ainda como time amador, o PAFC foi campeão da Copa Sul Mineira, jogando com atletas somente da cidade.
E foi nesse mesmo ano, que o PAFC conquistou seu maior troféu. O rubro-negro foi campeão amador do Estado de Minas Gerais. O torneio que foi disputado por mais de 30 equipes, teve em sua final PAFC e Curvelo.
Dragão elite e o novo ‘fim’
Com dois títulos importantes como clube amador, o Pouso Alegre Futebol Clube se profissionalizou novamente em 1984. Essa segunda fase profissional tinha como objetivo o retorno do rubro-negro a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro e quem sabe o acesso a elite do futebol estadual. E isso se concretizou pouco tempo depois.
Em 1988, o PAFC alcançou o seu maior objetivo com profissional, o acesso a elite do Campeonato Mineiro. Mas, essa conquista veio de forma sofrida. A última partida daquele certame ficou conhecida como "A Batalha de Três Corações", pois aquele jogo não teve fim e o resultado - que favorecia o PAFC - só saiu meses depois, já em 1989, após intervenção judicial. Com o acesso garantido na justiça, o PAFC fez sua estréia na Primeira Divisão do Mineiro, com o campeonato já em andamento. Com isso o rubro-negro teve que fazer muitas partidas em pouco espaço de tempo - chegou a jogar três vezes por semana. Mas, mesmo assim o time do PAFC conseguiu manter-se na elite do futebol mineiro.
E foi em 1990, que o PAFC realizou o seu maior feito no futebol profissional. Disputando o Campeonato Mineiro da Primeira Divisão, com 18 equipes, alcançou a quinta colocação, com um time que será lembrado por todos: Paulo César; Edvaldo, César, Zigomar e Nonato; Alcinei, Paulo da Pinta e Fernando Baiano; Heleno, Carlão e Anderson. Com esse elenco, o Dragão conseguiu feitos históricos, como a vitória sobre o Atlético Mineiro em pleno Mineirão, no dia em que o Galo completava 82 anos.
Com a falta de apoio e estrutura, foi difícil o PAFC manter aquele elenco supervalorizado e o time foi se desfazendo. Nos campeonatos seguintes, o time perdeu pouco a pouco a sua identidade e em 1992, despediu-se da elite mineira. Disputou o Módulo II até o ano de 1998 e foi nesse mesmo ano em que se licenciou da Federação Mineira de Futebol, ficando inativo até 2009, quando voltou à Segundona do Mineiro, chegando ao hexagonal final.
Com informações de Donizete Barbosa
15 de novembro de 2010! Parabéns Pouso Alegre Futebol Clube!
Por Delei Prado
Hoje, 15 de novembro de 2010, o Dragão do Sul de Minas completa 97 anos. O companheiro do blog, Carlos Manoel, fez uma excelente homenagem ao Pouso Alegre FC em seu blog, o Esporte Pouso Alegre, e inclusive esse veiculo de comunicação tem sido a principal fonte de notícias sobre o esporte em nossa cidade.
Veja a matéria sobre os 97 anos do Dragão e outras notícias sobre o esporte pousoalegrense: http://esportepousoalegre.blogspot.com/
Hoje, 15 de novembro de 2010, o Dragão do Sul de Minas completa 97 anos. O companheiro do blog, Carlos Manoel, fez uma excelente homenagem ao Pouso Alegre FC em seu blog, o Esporte Pouso Alegre, e inclusive esse veiculo de comunicação tem sido a principal fonte de notícias sobre o esporte em nossa cidade.
Veja a matéria sobre os 97 anos do Dragão e outras notícias sobre o esporte pousoalegrense: http://esportepousoalegre.blogspot.com/
quinta-feira, 25 de março de 2010
20 anos de uma vitória histórica
O dia em que o Pouso Alegre FC triunfou no Mineirão e calou a torcida do Galo
Por Carlos Manoel
25 de março de 1990. Era um domingo de sol em Pouso Alegre. Naquele dia a cidade, que tinha aproximadamente 100 mil habitantes, estava apreensiva. Esse sentimento podia ser visto em todos os pousoalegrenses apaixonados por futebol. Ninguém queria saber de outro assunto, se não o Pouso Alegre FC, que naquela tarde enfrentaria a tradicional equipe do Atlético, em Belo Horizonte.
A partida entre “Davi e Golias” poderia ser considerada apenas mais uma. O time do Sul de Minas estava em seu segundo ano na elite do futebol mineiro, mas as circunstâncias que envolviam aquele jogo faziam dele, um duelo especial, principalmente para o Galo. Naquele 25 de março de 1990, o Atlético completava 82 anos de história e o Dragão não foi um mero convidado para a festa atleticana, marcada no Estádio do Mineirão.
A partida entre Galo e Pouso Alegre FC era válida pela 15ª rodada do Campeonato Mineiro. O Atlético estava próximo de vencer o primeiro turno daquele certame e precisava da vitória para se manter na liderança. Já o Dragão vinha fazendo uma campanha regular, mantendo-se entre os 10 melhores na tabela de classificação, muito até para um time do interior, que contava com uma pequena estrutura e com pouco apoio.
E para piorar a situação dos visitantes, o Pouso Alegre FC vinha de uma derrota em casa para a Caldense, por 2 a 1. Enquanto isso, o time da capital tinha ganhado sua partida anterior sobre o Esportivo de Passos, por 2 a 1, e de virada. Portanto, o jogo do dia 25 de março de 1990 era entre a confiança e a dúvida, o Galo e o Dragão, o Atlético e o Pouso Alegre FC. E prova disso, era o que a imprensa belo-horizontina apresentava:
“O campeonato no seu turno, vai chegando ao fim, caminhando para um desfecho favorável para o Atlético, que agora vai jogar suas três partidas finais aqui na capital, duas das quais seu embalado time não corre risco maiores. A primeira é domingo, no Mineirão, diante do Pouso Alegre. (...) O título poderá ser comemorado previamente em razão do saldo de gols, principalmente se o Atlético marcar muitos gols neste próximo jogo”.
As palavras acima foram retiradas da edição do dia 23 de março de 1990, do jornal Estado de Minas. O texto escrito pelo cronista Erasmo Ângelo expunha o clima que o Pouso Alegre FC iria enfrentar. A torcida estava eufórica, o clima de oba-oba tomava conta da “Massa” em Belo Horizonte. Os jogadores negavam tal sensação, mas no fundo, todos sabiam que iriam vencer o duelo com o time do Sul de Minas.
O Atlético entrou no gramado do Mineirão prometendo uma grande vitória sobre o Pouso Alegre FC, que não almejava muito, um simples empate estava de bom tamanho para os rubro-negros. Antes de a bola rolar, o Galo promoveu um desfile comemorativo com vários segmentos do clube, uma partida preliminar entre garotos da base e até pousos de pára-quedistas no Mineirão. Tudo isso fazia parte da festa.
Márcio Resende de Freitas foi quem apitou o início de jogo. Mesmo com apenas 7.359 torcedores nas arquibancadas do Mineirão, o Galo foi para cima do Pouso Alegre FC. A pressão no começo da partida foi tanta que Paulo César não suportou e deixou Gérson, o contestado artilheiro do Atlético, balançar as redes do gol que defendia, isso logo aos 4 minutos. Galo na frente. E a pressão seguia.
Os donos da casa foram perdendo várias oportunidades de ampliar o marcador. Paulo César se desdobrava para segurar o ataque do Atlético. Éder Aleixo era o que mais levava perigo. E foi nesse momento que uma máxima do futebol entrou em cena: “quem não faz, leva”. Após tomar vários sustos, o Dragão organizou sua marcação e seu meio de campo, e com velozes trocas de passes, aproximou-se do gol atleticano.
E foi em um lance rápido, que Heleno empatou a partida. O atacante do Pouso Alegre FC aproveitou a oportunidade que teve e anotou o seu gol. Com o placar novamente em igualdade, os times passaram a cadenciar a partida para levar o resultado para o intervalo. Como precisava da vitória para manter-se na ponta do Campeonato Mineiro, o Atlético voltou com tudo na segunda etapa.
Fechado, o Dragão segurava de todas as maneiras o forte time do Galo. Paulo da Pinta, César e Zigomar faziam de tudo para impedir as jogadas dos atacantes do Atlético. Quando não conseguiam, Paulo César estava lá, sob as traves. O camisa 1 do Pouso Alegre FC vinha sendo o nome do jogo, mas o personagem da partida seria outro atleta rubro-negro: Carlão.
O atacante do Dragão sempre que tocava na bola levava perigo ao time do Atlético. Ora era um arremate para o gol, outrora era um passe de efeito. E aquela tarde tinha que ser de Carlão. O camisa 9 do Pouso Alegre FC insistia, acreditava e buscava sempre o jogo. E foi através de sua persistência que os pousoalegrenses viraram o duelo. Aos 35 minutos da etapa final, em um contra-ataque Carlão marcou o segundo gol do Dragão: 2 a 1. Silêncio no Mineirão e vitória do Dragão.
Depois do apito final, os jogadores do Pouso Alegre FC comemoraram a vitória como poucos. José Maria Pena, técnico do Dragão, foi abraçado por todos os jogadores. Carlão era um dos mais exultantes assim como Paulo César, e fizeram por merecer. O esforço para superar o Atlético e todo o favoritismo que cercava os donos da casa foi grande e a vitória colocou o Dragão de vez na história do futebol mineiro e na memória de toda torcida pousoalegrense.
- Em 1990, os jogos do Campeonato Mineiro não eram transmitidos pela televisão. Por isso, essa famosa partida contra o Galo, e as demais, foi registrada pela voz do inconfundível Luciano Silva, da Rádio Clube de Pouso Alegre. Com ele, trabalhavam Ideísio Dantas, Paulo Roberto e José Henrique.
- Após a bela partida e o gol da vitória, Carlão recebeu uma proposta do futebol grego, mais precisamente do Athletic Club Skoda Xanthi. Ao fim do Campeonato Mineiro de 1990, o atacante seguiu para a Grécia, onde se tornou ídolo local. Além dele, outros atletas que se destacaram na partida, foram embora posteriormente, caso de Nonato.
- A derrota causou um impacto negativo para o Atlético. Depois de perder para o Dragão, o Galo deu início a uma série de resultados insatisfatórios, chegando a perder o título mineiro para o seu rival Cruzeiro. Título este que já era dado como ganho ao Atlético. O Pouso Alegre FC mudou a história do campeonato.
Por Carlos Manoel
25 de março de 1990. Era um domingo de sol em Pouso Alegre. Naquele dia a cidade, que tinha aproximadamente 100 mil habitantes, estava apreensiva. Esse sentimento podia ser visto em todos os pousoalegrenses apaixonados por futebol. Ninguém queria saber de outro assunto, se não o Pouso Alegre FC, que naquela tarde enfrentaria a tradicional equipe do Atlético, em Belo Horizonte.
A partida entre “Davi e Golias” poderia ser considerada apenas mais uma. O time do Sul de Minas estava em seu segundo ano na elite do futebol mineiro, mas as circunstâncias que envolviam aquele jogo faziam dele, um duelo especial, principalmente para o Galo. Naquele 25 de março de 1990, o Atlético completava 82 anos de história e o Dragão não foi um mero convidado para a festa atleticana, marcada no Estádio do Mineirão.
A partida entre Galo e Pouso Alegre FC era válida pela 15ª rodada do Campeonato Mineiro. O Atlético estava próximo de vencer o primeiro turno daquele certame e precisava da vitória para se manter na liderança. Já o Dragão vinha fazendo uma campanha regular, mantendo-se entre os 10 melhores na tabela de classificação, muito até para um time do interior, que contava com uma pequena estrutura e com pouco apoio.
E para piorar a situação dos visitantes, o Pouso Alegre FC vinha de uma derrota em casa para a Caldense, por 2 a 1. Enquanto isso, o time da capital tinha ganhado sua partida anterior sobre o Esportivo de Passos, por 2 a 1, e de virada. Portanto, o jogo do dia 25 de março de 1990 era entre a confiança e a dúvida, o Galo e o Dragão, o Atlético e o Pouso Alegre FC. E prova disso, era o que a imprensa belo-horizontina apresentava:
“O campeonato no seu turno, vai chegando ao fim, caminhando para um desfecho favorável para o Atlético, que agora vai jogar suas três partidas finais aqui na capital, duas das quais seu embalado time não corre risco maiores. A primeira é domingo, no Mineirão, diante do Pouso Alegre. (...) O título poderá ser comemorado previamente em razão do saldo de gols, principalmente se o Atlético marcar muitos gols neste próximo jogo”.
As palavras acima foram retiradas da edição do dia 23 de março de 1990, do jornal Estado de Minas. O texto escrito pelo cronista Erasmo Ângelo expunha o clima que o Pouso Alegre FC iria enfrentar. A torcida estava eufórica, o clima de oba-oba tomava conta da “Massa” em Belo Horizonte. Os jogadores negavam tal sensação, mas no fundo, todos sabiam que iriam vencer o duelo com o time do Sul de Minas.
O Atlético entrou no gramado do Mineirão prometendo uma grande vitória sobre o Pouso Alegre FC, que não almejava muito, um simples empate estava de bom tamanho para os rubro-negros. Antes de a bola rolar, o Galo promoveu um desfile comemorativo com vários segmentos do clube, uma partida preliminar entre garotos da base e até pousos de pára-quedistas no Mineirão. Tudo isso fazia parte da festa.
Márcio Resende de Freitas foi quem apitou o início de jogo. Mesmo com apenas 7.359 torcedores nas arquibancadas do Mineirão, o Galo foi para cima do Pouso Alegre FC. A pressão no começo da partida foi tanta que Paulo César não suportou e deixou Gérson, o contestado artilheiro do Atlético, balançar as redes do gol que defendia, isso logo aos 4 minutos. Galo na frente. E a pressão seguia.
Os donos da casa foram perdendo várias oportunidades de ampliar o marcador. Paulo César se desdobrava para segurar o ataque do Atlético. Éder Aleixo era o que mais levava perigo. E foi nesse momento que uma máxima do futebol entrou em cena: “quem não faz, leva”. Após tomar vários sustos, o Dragão organizou sua marcação e seu meio de campo, e com velozes trocas de passes, aproximou-se do gol atleticano.
E foi em um lance rápido, que Heleno empatou a partida. O atacante do Pouso Alegre FC aproveitou a oportunidade que teve e anotou o seu gol. Com o placar novamente em igualdade, os times passaram a cadenciar a partida para levar o resultado para o intervalo. Como precisava da vitória para manter-se na ponta do Campeonato Mineiro, o Atlético voltou com tudo na segunda etapa.
Fechado, o Dragão segurava de todas as maneiras o forte time do Galo. Paulo da Pinta, César e Zigomar faziam de tudo para impedir as jogadas dos atacantes do Atlético. Quando não conseguiam, Paulo César estava lá, sob as traves. O camisa 1 do Pouso Alegre FC vinha sendo o nome do jogo, mas o personagem da partida seria outro atleta rubro-negro: Carlão.
O atacante do Dragão sempre que tocava na bola levava perigo ao time do Atlético. Ora era um arremate para o gol, outrora era um passe de efeito. E aquela tarde tinha que ser de Carlão. O camisa 9 do Pouso Alegre FC insistia, acreditava e buscava sempre o jogo. E foi através de sua persistência que os pousoalegrenses viraram o duelo. Aos 35 minutos da etapa final, em um contra-ataque Carlão marcou o segundo gol do Dragão: 2 a 1. Silêncio no Mineirão e vitória do Dragão.
Depois do apito final, os jogadores do Pouso Alegre FC comemoraram a vitória como poucos. José Maria Pena, técnico do Dragão, foi abraçado por todos os jogadores. Carlão era um dos mais exultantes assim como Paulo César, e fizeram por merecer. O esforço para superar o Atlético e todo o favoritismo que cercava os donos da casa foi grande e a vitória colocou o Dragão de vez na história do futebol mineiro e na memória de toda torcida pousoalegrense.
- Em 1990, os jogos do Campeonato Mineiro não eram transmitidos pela televisão. Por isso, essa famosa partida contra o Galo, e as demais, foi registrada pela voz do inconfundível Luciano Silva, da Rádio Clube de Pouso Alegre. Com ele, trabalhavam Ideísio Dantas, Paulo Roberto e José Henrique.
- Após a bela partida e o gol da vitória, Carlão recebeu uma proposta do futebol grego, mais precisamente do Athletic Club Skoda Xanthi. Ao fim do Campeonato Mineiro de 1990, o atacante seguiu para a Grécia, onde se tornou ídolo local. Além dele, outros atletas que se destacaram na partida, foram embora posteriormente, caso de Nonato.
- A derrota causou um impacto negativo para o Atlético. Depois de perder para o Dragão, o Galo deu início a uma série de resultados insatisfatórios, chegando a perder o título mineiro para o seu rival Cruzeiro. Título este que já era dado como ganho ao Atlético. O Pouso Alegre FC mudou a história do campeonato.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Que fim levou?
Nonato, o grande destaque
Como um destro consegue se destacar jogando na lateral-esquerda? Pergunta difícil de ser respondida, porém é mais complicado ainda encontrar um atleta que consegue fazer isso com eficácia. Mas, no esquadrão de 1990, o Pouso Alegre FC tinha esse jogador. Trata-se do habilidoso lateral-esquerdo Nonato, o maior destaque do Dragão na brilhante campanha do Campeonato Mineiro.
Nascido no dia 23 de fevereiro de 1967, na cidade de Mossoró/RN, Raimundo Nonato Silva iniciou sua carreira no Baraúnas/RN e passou pelo ABC/RN, antes de brilhar com a camisa seis do PAFC no Mineiro de 1990. As boas atuações pelo Pouso Alegre FC despertou o interesse de grandes times do futebol nacional e o Cruzeiro teve a felicidade de adquirir o passe do lateral, por Cr$ 12 milhões.
Quando Nonato desembarcou em Belo Horizonte não fazia ideia do que iria representar para a torcida cruzeirense. Em pouco tempo, mesmo com uma forte concorrência na posição, o lateral se tornou ídolo e capitão do Cruzeiro. Vestindo a camisa celeste, Nonato chegou à seleção e por pouco não foi campeão mundial com o Brasil em 1994 (perdeu a vaga para Leonardo).
Nonato ficou sete temporadas no Cruzeiro, atuando sempre como titular, depois se transferiu para o Fluminense/RJ, em 1998. Antes de encerrar a carreira, o lateral passou pelo Villa Nova/MG, Ipatinga/MG e Guarani de Divinópolis/MG, mas sem o mesmo brilho. Com o fim da carreira de jogador, Nonato virou técnico. Entre 2003 e 2006, trabalhou nas categorias de base do Cruzeiro, onde permanece até os dias de hoje realizando trabalhos administrativos.
Por Carlos Manoel
Nascido no dia 23 de fevereiro de 1967, na cidade de Mossoró/RN, Raimundo Nonato Silva iniciou sua carreira no Baraúnas/RN e passou pelo ABC/RN, antes de brilhar com a camisa seis do PAFC no Mineiro de 1990. As boas atuações pelo Pouso Alegre FC despertou o interesse de grandes times do futebol nacional e o Cruzeiro teve a felicidade de adquirir o passe do lateral, por Cr$ 12 milhões.
Quando Nonato desembarcou em Belo Horizonte não fazia ideia do que iria representar para a torcida cruzeirense. Em pouco tempo, mesmo com uma forte concorrência na posição, o lateral se tornou ídolo e capitão do Cruzeiro. Vestindo a camisa celeste, Nonato chegou à seleção e por pouco não foi campeão mundial com o Brasil em 1994 (perdeu a vaga para Leonardo).
Nonato ficou sete temporadas no Cruzeiro, atuando sempre como titular, depois se transferiu para o Fluminense/RJ, em 1998. Antes de encerrar a carreira, o lateral passou pelo Villa Nova/MG, Ipatinga/MG e Guarani de Divinópolis/MG, mas sem o mesmo brilho. Com o fim da carreira de jogador, Nonato virou técnico. Entre 2003 e 2006, trabalhou nas categorias de base do Cruzeiro, onde permanece até os dias de hoje realizando trabalhos administrativos.
Que fim levou?
O lateral selecionável do Dragão
O time do Pouso Alegre FC em 1990 entrou para a história do esporte local. O esquadrão tinha excelentes atletas, inclusive um jogador com passagem pela seleção brasileira. O lateral-direito do Dragão naquele ano foi Edevaldo de Freitas, ou simplesmente Edvaldo, que chegou a disputar a Copa do Mundo de 1982, fato que poucos se recordam. O lateral era reserva de Leandro na ocasião.
Edvaldo nasceu na cidade de Campos/RJ, no dia 28 de janeiro de 1958 e começou sua carreira no Fluminense. Apesar de ter nascido tricolor, o lateral-direito destacou-se mesmo foi com a camisa do Vasco da Gama. Mas, antes de chegar ao Gigante da Colina teve uma ótima passagem pelo Internacional/RS, onde garantiu a ida para a Espanha, em 1982.
Depois de passar por Flu, Inter e Vasco, Edvaldo foi tentar a sorte na Europa. Em 1986, o lateral se transferiu para o Sporting de Portugal, mas ficou pouco tempo por lá. No mesmo ano já estava de volta ao Brasil, foi parar no Botafogo de Ribeirão Preto/SP. E do interior paulista, Edvaldo seguiu sua caminhada por diversos clubes brasileiros, inclusive o Pouso Alegre FC, onde voltou a brilhar, na campanha do Mineiro de 90.
Edvaldo encerrou sua carreira de atleta Mesquita/RJ, em 1998, aos 40 anos de idade. Atualmente, mora em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro/RJ, onde é dono de uma escolinha de futebol.
Por Carlos Manoel
O time do Pouso Alegre FC em 1990 entrou para a história do esporte local. O esquadrão tinha excelentes atletas, inclusive um jogador com passagem pela seleção brasileira. O lateral-direito do Dragão naquele ano foi Edevaldo de Freitas, ou simplesmente Edvaldo, que chegou a disputar a Copa do Mundo de 1982, fato que poucos se recordam. O lateral era reserva de Leandro na ocasião.
Edvaldo nasceu na cidade de Campos/RJ, no dia 28 de janeiro de 1958 e começou sua carreira no Fluminense. Apesar de ter nascido tricolor, o lateral-direito destacou-se mesmo foi com a camisa do Vasco da Gama. Mas, antes de chegar ao Gigante da Colina teve uma ótima passagem pelo Internacional/RS, onde garantiu a ida para a Espanha, em 1982.
Depois de passar por Flu, Inter e Vasco, Edvaldo foi tentar a sorte na Europa. Em 1986, o lateral se transferiu para o Sporting de Portugal, mas ficou pouco tempo por lá. No mesmo ano já estava de volta ao Brasil, foi parar no Botafogo de Ribeirão Preto/SP. E do interior paulista, Edvaldo seguiu sua caminhada por diversos clubes brasileiros, inclusive o Pouso Alegre FC, onde voltou a brilhar, na campanha do Mineiro de 90.
Edvaldo encerrou sua carreira de atleta Mesquita/RJ, em 1998, aos 40 anos de idade. Atualmente, mora em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro/RJ, onde é dono de uma escolinha de futebol.
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