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Tombense FC 1 X 1 Pouso Alegre FC

Campo do Tombense - Tombos
pela Segunda Divisão 2009 - Hexagonal Final

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quinta-feira, 25 de março de 2010

20 anos de uma vitória histórica

O dia em que o Pouso Alegre FC triunfou no Mineirão e calou a torcida do Galo

Por Carlos Manoel

25 de março de 1990. Era um domingo de sol em Pouso Alegre. Naquele dia a cidade, que tinha aproximadamente 100 mil habitantes, estava apreensiva. Esse sentimento podia ser visto em todos os pousoalegrenses apaixonados por futebol. Ninguém queria saber de outro assunto, se não o Pouso Alegre FC, que naquela tarde enfrentaria a tradicional equipe do Atlético, em Belo Horizonte.

A partida entre “Davi e Golias” poderia ser considerada apenas mais uma. O time do Sul de Minas estava em seu segundo ano na elite do futebol mineiro, mas as circunstâncias que envolviam aquele jogo faziam dele, um duelo especial, principalmente para o Galo. Naquele 25 de março de 1990, o Atlético completava 82 anos de história e o Dragão não foi um mero convidado para a festa atleticana, marcada no Estádio do Mineirão.

A partida entre Galo e Pouso Alegre FC era válida pela 15ª rodada do Campeonato Mineiro. O Atlético estava próximo de vencer o primeiro turno daquele certame e precisava da vitória para se manter na liderança. Já o Dragão vinha fazendo uma campanha regular, mantendo-se entre os 10 melhores na tabela de classificação, muito até para um time do interior, que contava com uma pequena estrutura e com pouco apoio.

E para piorar a situação dos visitantes, o Pouso Alegre FC vinha de uma derrota em casa para a Caldense, por 2 a 1. Enquanto isso, o time da capital tinha ganhado sua partida anterior sobre o Esportivo de Passos, por 2 a 1, e de virada. Portanto, o jogo do dia 25 de março de 1990 era entre a confiança e a dúvida, o Galo e o Dragão, o Atlético e o Pouso Alegre FC. E prova disso, era o que a imprensa belo-horizontina apresentava:

“O campeonato no seu turno, vai chegando ao fim, caminhando para um desfecho favorável para o Atlético, que agora vai jogar suas três partidas finais aqui na capital, duas das quais seu embalado time não corre risco maiores. A primeira é domingo, no Mineirão, diante do Pouso Alegre. (...) O título poderá ser comemorado previamente em razão do saldo de gols, principalmente se o Atlético marcar muitos gols neste próximo jogo”.

As palavras acima foram retiradas da edição do dia 23 de março de 1990, do jornal Estado de Minas. O texto escrito pelo cronista Erasmo Ângelo expunha o clima que o Pouso Alegre FC iria enfrentar. A torcida estava eufórica, o clima de oba-oba tomava conta da “Massa” em Belo Horizonte. Os jogadores negavam tal sensação, mas no fundo, todos sabiam que iriam vencer o duelo com o time do Sul de Minas.

O Atlético entrou no gramado do Mineirão prometendo uma grande vitória sobre o Pouso Alegre FC, que não almejava muito, um simples empate estava de bom tamanho para os rubro-negros. Antes de a bola rolar, o Galo promoveu um desfile comemorativo com vários segmentos do clube, uma partida preliminar entre garotos da base e até pousos de pára-quedistas no Mineirão. Tudo isso fazia parte da festa.

Márcio Resende de Freitas foi quem apitou o início de jogo. Mesmo com apenas 7.359 torcedores nas arquibancadas do Mineirão, o Galo foi para cima do Pouso Alegre FC. A pressão no começo da partida foi tanta que Paulo César não suportou e deixou Gérson, o contestado artilheiro do Atlético, balançar as redes do gol que defendia, isso logo aos 4 minutos. Galo na frente. E a pressão seguia.

Os donos da casa foram perdendo várias oportunidades de ampliar o marcador. Paulo César se desdobrava para segurar o ataque do Atlético. Éder Aleixo era o que mais levava perigo. E foi nesse momento que uma máxima do futebol entrou em cena: “quem não faz, leva”. Após tomar vários sustos, o Dragão organizou sua marcação e seu meio de campo, e com velozes trocas de passes, aproximou-se do gol atleticano.

E foi em um lance rápido, que Heleno empatou a partida. O atacante do Pouso Alegre FC aproveitou a oportunidade que teve e anotou o seu gol. Com o placar novamente em igualdade, os times passaram a cadenciar a partida para levar o resultado para o intervalo. Como precisava da vitória para manter-se na ponta do Campeonato Mineiro, o Atlético voltou com tudo na segunda etapa.

Fechado, o Dragão segurava de todas as maneiras o forte time do Galo. Paulo da Pinta, César e Zigomar faziam de tudo para impedir as jogadas dos atacantes do Atlético. Quando não conseguiam, Paulo César estava lá, sob as traves. O camisa 1 do Pouso Alegre FC vinha sendo o nome do jogo, mas o personagem da partida seria outro atleta rubro-negro: Carlão.

O atacante do Dragão sempre que tocava na bola levava perigo ao time do Atlético. Ora era um arremate para o gol, outrora era um passe de efeito. E aquela tarde tinha que ser de Carlão. O camisa 9 do Pouso Alegre FC insistia, acreditava e buscava sempre o jogo. E foi através de sua persistência que os pousoalegrenses viraram o duelo. Aos 35 minutos da etapa final, em um contra-ataque Carlão marcou o segundo gol do Dragão: 2 a 1. Silêncio no Mineirão e vitória do Dragão.

Depois do apito final, os jogadores do Pouso Alegre FC comemoraram a vitória como poucos. José Maria Pena, técnico do Dragão, foi abraçado por todos os jogadores. Carlão era um dos mais exultantes assim como Paulo César, e fizeram por merecer. O esforço para superar o Atlético e todo o favoritismo que cercava os donos da casa foi grande e a vitória colocou o Dragão de vez na história do futebol mineiro e na memória de toda torcida pousoalegrense.



- Em 1990, os jogos do Campeonato Mineiro não eram transmitidos pela televisão. Por isso, essa famosa partida contra o Galo, e as demais, foi registrada pela voz do inconfundível Luciano Silva, da Rádio Clube de Pouso Alegre. Com ele, trabalhavam Ideísio Dantas, Paulo Roberto e José Henrique.

- Após a bela partida e o gol da vitória, Carlão recebeu uma proposta do futebol grego, mais precisamente do Athletic Club Skoda Xanthi. Ao fim do Campeonato Mineiro de 1990, o atacante seguiu para a Grécia, onde se tornou ídolo local. Além dele, outros atletas que se destacaram na partida, foram embora posteriormente, caso de Nonato.

- A derrota causou um impacto negativo para o Atlético. Depois de perder para o Dragão, o Galo deu início a uma série de resultados insatisfatórios, chegando a perder o título mineiro para o seu rival Cruzeiro. Título este que já era dado como ganho ao Atlético. O Pouso Alegre FC mudou a história do campeonato.

5 comentários:

  1. Vim para pouso Alegre em 1988, e lembro bem dos jogos na Lema, onde subiamos no telhado da Medicina para ver os jogos do Dragão. Em determinados momentos a chapa esquentava, pois os policiais tentavam usar de força pra fazer que nos descessemos do telhado. alguns chegavam até a se machucar, pois algumas telhas quebravam, cortando até a perna de alguns torcedores. Enfim, momentos da glória do Pousão. Me lembro com alegrias aqueles momentos. E agora me lembro do Erminio que tb jogou no Pouso Alegre e a ultima vez que vi ele estava acompanhado do dono da Itaipava e no que pude ver ele estava com a filha do dono da Itaipava, so nao sei qual era a relação. Foi num Show do grupo Rhas, no planeta Azul. Zingomar era fenomenal, simples, atencioso e jogava um bolão. Bons tempos que ficarão gravados eternamente na lembrança. Muito boa matéria Carlão. Obrigado !!!

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  2. Esse é o time do Paulo Borges?

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  3. Nossa, demais esse post! Tinha os melhores lances desse jogo e do 3x3, aqui na Lema, gravado em VHS.

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  4. Toda alma do nosso futebol se resume em uma pessoa, HAILTON CUSTODIO,um verdadeiro apaixonado pelo esporte de POUSO ALEGRE.

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  5. Hailton Custodio, esse deixou saudades, além de ser um apaixonado pelo esporte, formava o caráter de jovens, levando-os a se tornarem homens maduros, inteligentes...sua fala sempre se voltava para a firmeza necessária para prosseguir na carreira futebolística...anos mais tarde percebi o poder que tinham suas palavras, que ficarão para sempre em nossos corações.

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